domingo, 24 de agosto de 2014

Stanley Milgram: A banalidade do mal.


Imagens da Experiência de S. Milgram em 1963

Hoje estive a ler a conclusão do estudo e da experiência de Stanley Milgram sobre a tendência para qualquer ser normal obedecer a uma autoridade quando esta é investida institucionalmente ou funcionalmente, como o cientista. Como as pessoas normais abandonam os seus princípios éticos e a sua elementar forma de bom senso para  cumprirem certas ordens dentro de um quadro de sentido criado de modo a dar a ilusão de que uma acção que não tem qualquer sentido por si, dar choques a outra pessoa, é mascarada com um significado humanitário e como as pessoas não pensam sobre essa mentira e aceitam-na porque ela dá suporte "racional" a uma actividade de puro sadismo. 
Esses comportamentos não me espantam, sempre os intui nas pessoas, em mim provavelmente também, submetemo-nos a um papel que nos dão e uma vez dada essa submissão, essa teatrada não conseguimos parar, tornamo-nos cumplices da autoridade do mal, desde o primeiro acto de submissão, essa cumplicidade age como uma prisão da qual não podemos sair porque isso implicaria admitir que errámos e nos submetemos como carneiros bestializados, preferímos ir até ao fim, embora saibamos que no fim também não ficamos melhor, simplesmente aí não temos escolha. O problema é que nunca escolhemos uma solução que nos diminua, embora a aceitemos como sendo inevitável, quando verdadeiramente a escolhemos.

Sem comentários:

Enviar um comentário